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A veia entupiu. Agora, vai ser um "Deus nos acuda"!

Wilson da Costa Bueno*

      Flebite. Aqui está uma doença da qual pouco se fala mas que traz, sempre, consequências graves, inclusive a morte. Evidentemente, não há estatísticas confiáveis no Brasil sobre mortes decorrentes de trombose venosa profunda (é com este nome que a doença é mais conhecida), mas sabe-se que, nos EUA, mais de cem mil pessoas morrem por ano vitimadas por ela.
      A flebite é uma doença do sistema circulatório e que se caracteriza pela formação de um coágulo de sangue na perna - pode atingir de 4 a 5 centímetros - que, às vezes, desloca-se em direção ao pulmão ou coração. A embolia pulmonar é resultado da trombose e um brasileiro ilustre faleceu por causa dela: Tom Jobim. Portanto, é preciso atenção, pois o caso é sério.
      Quando o coágulo de sangue permanece na perna, não se movimentando em direção a outra parte do corpo, ocorre o que os especialistas denominam de síndrome pós-trombótica. A perna fica bastante inchada, repleta de varizes e feridas e, muitas vezes, não há outra saída a não ser amputá-la. A saída é retirar uma veia do braço e substituir a que foi obstruída, embora não seja garantida a eficácia do procedimento em 100% dos casos.
      Mas em que situações uma pessoa está sujeita à flebite?
      Como se trata de um problema circulatório, a flebite geralmente decorre da imobilização, associada a fatores como stress e obesidade, ou após intervenções cirúrgicas, em especial as ortopédicas e as ginecológicas.
      As pessoas mais idosas encontram-se no grupo de risco e estão sujeitas a complicações, sobretudo se precisarem ser submetidas a operações em determinadas regiões do corpo, como o abdômen, o quadril e as pernas, entre outras.
      Em geral, pacientes com idade inferior a 40 anos e que não estão na situação anteriormente descrita ( intervenções demoradas em determinadas partes do corpo e que irão exigir imobilização por um tempo razoavelmente longo) não são portadores desta doença, mas há casos registrados mesmo nesta faixa de idade.
      O fundamental, recomendam os especialistas, é que as pessoas cuidem da alimentação, evitando ficar obesas e que, antes e durante qualquer intervenção cirúrgica, tomem as providências necessárias.
      Como as pernas são o alvo preferido da flebite, cuidado especial com elas. Elas devem permanecer em movimento para que os cóagulos não apareçam como resultado da imobilização. Ao mesmo tempo, é importante tomar bastante líquido para estimular a circulação.
      Como em tese todo mundo pode, por algum motivo, estar sujeito a esta doença, vale a pena prevenir. Não cultive uma vida sedentária, exercite-se, dê uma boa caminhada. Como diz o povo, o negócio é mexer o esqueleto.
      Se você tiver pessoas mais gordinhas na família e que não gostam muito de dar uma voltinha por aí, aconselhe-as. A desinformação é quase sempre a causa de problemas. Quem fica alerta, não é apanhado com as calças na mão. Doença em geral não avisa, não é mesmo?

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*Wilson da Costa Bueno é jornalista, professor do programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da UMESP e de Jornalismo da ECA/USP, diretor da Comtexto Comunicação e Pesquisa.

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