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A
saúde em destaque – um estudo desenvolvido na Internet
Sonia Aparecida Cabestré*
Ana Martha Chiaramonte*
Resumo
Com
o objetivo de levantar, sistematizar e analisar as ações de saúde
disponibilizadas na Internet, que abordam a temática da deficiência
física, e destacar as de caráter preventivo, desenvolveu-se o
estudo em questão. As atividades foram desenvolvidas em etapas:
a primeira esteve voltada para o processo de identificação e seleção
das entidades que disponibilizam informações na Internet e desenvolvem
ações para a área da deficiência física. A segunda, de caráter
analítico, considerou especificamente os aspectos pertinentes
a apresentação dos sites, links, informações gerais sobre deficiência,
informações de caráter preventivo, entre outras, o que possibilitou
a elaboração de tabelas, com a conseqüente análise das informações.
Para desenvolvimento do processo de levantamento de informações,
análise e apresentação dos resultados utilizou-se a metodologia
da pesquisa qualitativa.
Palavras-chave:comunicação
e saúde; deficiência física; pesquisa qualitativa; prevenção.
Introdução
O
desenvolvimento da tecnologia tem acarretado inúmeras transformações
na nossa sociedade, entre elas o surgimento de uma nova linguagem
a qual inclui o uso de recursos tecnológicos, que disponibiliza
dados e informações, permite novas formas de comunicação e reduz
a relação tempo-espaço a limites mínimos. Trata-se da informática
e da Internet.
Essa
sociedade que se forma, de acordo com Castro (1999, p.138), é
também chamada de sociedade da informação, porque não apenas produz
quantidades cada vez maiores de informações como criou uma forma
de armazená-las, chamada, segundo o autor de "memória global
computadorizada".
Para
Castro (1999, p.138):
(...)
Estes bancos de dados dão acesso ao seu conteúdo em poucos segundos,
através de buscas estruturadas. Muitos deles já não se encontram
apenas com a informação sobre as fontes de dados e informações,
mas trazem o próprio item, na íntegra, diretamente para o computador
do usuário conectado.
Castro
(1999:139) também destaca que o novo paradigma de informação emerge
a partir dos anos 80 através de "(...) computadores, sistemas
operacionais, hipertexto, rede mundial de comunicação centrada
em computadores, internet-web (...)". Para o autor, "a
sociedade da informação é uma sociedade digital, de bytes,
que se expressa singelamente a partir de dois números: o um e
o zero".
Considerada
a grande descoberta do século, a Internet veio para ficar e revolucionar
o sistema de comunicação entre pessoas, grupos, empresas, cooperativas,
escolas, universidades etc.
Na
década de 90, a utilização dessa tecnologia teve uma expansão
considerável, estendendo-se a sua utilização à pessoas portadoras
de deficiência. Entretanto, é preciso considerar que, a essência
da acessibilidade ao ambiente tecnológico, para cidadãos com necessidades
especiais, reside na real capacidade da sua utilização, independentemente
da eventual necessidade de recorrer a adaptações ou interfaces
especificas. Neste caso, a interação deve ser independente
ou redundante na sua modalidade sensorial e de manipulação, de
forma a que possa ser visionado, convertido em fala, impresso,
convertido em braille, e utilizável através de diferentes dispositivos
de entrada (teclado, apontadores, voz etc...).
A
acessibilidade da Internet, neste contexto, além de constituir
um requisito social apresenta-se como uma possibilidade de oferecer
aos portadores de deficiência condições de efetivamente serem
incluídos no mundo digital.
Com
base no exposto, este artigo tem o propósito de apresentar os
pressupostos básicos e fundamentos teóricos que têm intima relação
com o tema. Desenvolveu-se também pesquisa em sites que disponibilizam
informações sobre deficiência física com o objetivo de levantar,
sistematizar, categorizar, interpretar e analisar as informações
apresentadas de interesse daqueles que estudam e/ou são portadores
de deficiência. No processo de levantamento de dados priorizou-se
selecionar os sites que também oferecem informações referentes
à prevenção porque considera-se importante que tais aspectos
sejam abordados na Internet, seja para os portadores de deficiência,
para a família e/ou demais interessados. Levantar e analisar as
questões referentes à saúde do deficiente disponibilizadas na
internet é o objetivo principal deste estudo.
Apresenta-se
na seqüência os fundamentos teóricos e os resultados da pesquisa
desenvolvida nos sites selecionados.
I
- Fundamentos teóricos pertinentes ao estudo
Informação,
saúde e mídia
Sobre
o tratamento da informação nos veículos de comunicação, Weber
(1995) desenvolveu pesquisas e apresenta conclusões bastante interessantes
relativas ao seu estudo.
Para
a pesquisadora, informação e comunicação são atualmente os principais
indicadores de poder das organizações públicas ou privadas, políticas,
acadêmicas, de pesquisa, entidades de classe e outras. Neste poder,
considera, reside a capacidade de entendimento da organização
com seus diferentes públicos e a qualidade da sua imagem junto
à sociedade. Imagem, conceito e entendimento positivos são resultados
desejados, através de processos, sistemas e planos de comunicação.
Estes são operacionalizados por sofisticados mecanismos de criação,
produção e veiculação, e vinculados a estratégias, especialistas,
meios e à tecnologia gerada nos campos da informação, propaganda
e promoção.
A
autora destaca ainda que é a visibilidade que faz a diferença
entre uma organização e outra. Nas empresas que constituem o mercado,
esta diferença é disputada pela qualidade do produto e pela sua
capacidade de seduzir clientes e consumidores. Mas, nas organizações
públicas, a sua própria função junto à sociedade já se constitui
como a diferença, como a marca da sua singularidade. No campo
da saúde, ressalta a autora, os serviços prestados à comunidade
determinam sua responsabilidade e esta seu potencial de visibilidade:
um hospital, uma fundação de pesquisa em saúde pública, uma universidade
são identificados, observados mais detidamente do que uma organização
privada da mesma área.
Se
as organizações públicas são mais visíveis e visadas, têm proporcionalmente
mais compromissos com a comunicação e as suas conseqüências do
que as privadas. Isto é determinado, segundo a pesquisadora, a
partir da dependência e interesses mútuos situados nos movimentos
políticos, econômicos, técnicos, institucionais, acadêmicos e
nos particulares dos usuários (clientes e consumidores). Sua visibilidade
e poder de comunicação são dirigidos à obtenção de credibilidade
para atrair investidores, apoiadores, defensores, além de verbas
para pesquisa, de apoio, reconhecimento, votos e outros.
Assim,
tão importante quanto saber administrar recursos humanos, financeiros
e tecnologia é administrar um sistema de comunicação que abrange
estrutura, profissionais e meios. Estes visam a produção de projetos
estratégicos de comunicação que possam dar conta da potencialidade
e necessidades informativas, publicitárias e promocionais da organização.
Em qualquer tipo de estrutura de organização a comunicação deve
ser pensada como integrante de um processo estratégico.
Para
Weber (1995), algumas organizações, como as da área da saúde,
necessitam de projetos especiais, porque trabalham diretamente
com as questões limítrofes do ser humano, com as marcas que o
informam sobre a qualidade da sua vida, das suas doenças e da
sua morte. De acordo com a autora, simultaneamente, a área de
saúde se debate em meio ao movimento da política, da economia,
em torno da cidadania, higiene, alimentação, miséria e riqueza.
Qualquer definição de política de comunicação, visando a implantação
de um sistema ou a sustentação de uma campanha preventiva sobre
a aids, câncer, poliomielite, sarampo ou acidentes de trânsito,
depende de ousadia administrativa e de entendimento sobre o significado
específico de comunicação para a organização.
A
pesquisadora destaca que, pensar a comunicação de modo estratégico
é também ingressar no universo fascinante de uma cultura estética,
marcada por imagens, linguagens, estruturas, tecnologia e especialistas
preparados para gerar produtos e informações passíveis de assimilação
por todos os segmentos da sociedade que, a cada dia, melhor os
compreende e assimila.
Sem
um processo de comunicação adequado, as organizações não conseguem
manter vínculos eficazes com seus públicos. Sobre isso, Weber
(1995) ressalta ainda que hoje se discute a capacidade de comunicação
das instituições, quanto à melhor forma de informar, promover-se,
prestar contas, especialmente as públicas, para as quais a sociedade
contribui decisivamente. Mas são as organizações privadas que
melhor exercitam este processo, implantando sofisticadas estruturas
de marketing e investindo maciçamente em campanhas publicitárias.
Seus serviços e produtos são veiculados com a mesma atração utilizada
na propaganda de bebidas, cigarros ou jeans. Mas esta ousadia
também pode ser admitida pelas organizações de saúde, desde que
vinculadas a consistentes estratégias e objetivos.
De
acordo com a pesquisadora, campanhas de saúde pública e programas
de prevenção são dirigidos à mesma sociedade de telespectadores,
consumidores, usuários e eleitores que compreendem a estética
publicitária. Não existe uma estética adequada e restrita às características,
por exemplo, das organizações de saúde. Para Weber (1995), existem
sim características gerais impostas diária e maciçamente pelos
meios de comunicação: estas podem ser utilizadas por organizações
e campanhas, a partir de definições estratégicas vinculadas à
especificidade e entendimento da organização, da doença, da campanha,
do produto, do problema. Este é um processo inevitável e irreversível,
especialmente porque todas as pessoas estão expostas, permanentemente,
a uma carga de informações, imagens, textos, palavras, cores,
linhas e gráficos atraentes e provocantes, com o objetivo de lhes
informar e solicitar uma atitude.
Nesse
sentido, a autora considera que na área de saúde, as suas organizações,
serviços e produtos estão situados nos limites da comunicação
privada e da política. Nisto reside a sua singularidade e o paradoxo
de se fazer entender, através de qualquer meio, pois detém um
produto e um discurso privilegiado, naturalmente desejado por
todos - saúde - e, com esta, a felicidade; ao contrário
de qualquer outra organização que precisa romper barreiras e se
fazer necessária.
Mesmo
tratada como bem de consumo, segundo Weber (1995), a saúde mantém
seu poder de ser ouvida em qualquer instância. Ainda que muito
recente a discussão do binômio saúde + comunicação,
do seu entendimento depende a qualidade de vida da população e
a possível prevenção contra as doenças. Para a pesquisadora, trabalhar
a comunicação enquanto processo exige procedimentos e decisões
radicais, se o objetivo for, realmente, comunicar, ou seja, interagir,
difundir e marcar conceitualmente, influindo na memorização dos
sujeitos receptores para gerar atitudes concretas ou opiniões
positivas. Estes procedimentos são inerentes a qualquer movimento
orientado pelo ato de planejar e, portanto, complexos e dependentes
de uma seqüência sobre a qual pode ser sustentado qualquer ato
de comunicação, publicação ou evento estratégico de uma organização.
Para
Weber, a saúde é um campo marcado por cuidados e éticas próprios,
de quem se situa no delicado limite entre a vida e a morte. Isto
define os cuidados quando se pretende decidir e implantar estratégias
de comunicação. Promover um determinado remédio junto ao médico
especialista, chamar as crianças para receber vacinas, alertar
sobre a aids mostrando as formas de prevenção, solicitar apoio
a campanhas contra o câncer são metas que dependem de abordagens
e apelos, radicalmente diferenciados quanto aos objetivos, linguagem,
mesmo que o público receptor seja o mesmo.
No
estudo realizado pela pesquisadora, pode-se considerar que, mesmo
sendo óbvio que todos podem se comunicar, o planejamento exige
entendimentos e respostas qualificadas para que possam ser obtidos
bons e conseqüentes resultados. Somente profissionais e especialistas
qualificados poderão transformar decisões sobre comunicação em
planos estratégicos de comunicação. As etapas básicas desse processo,
segundo Weber (1995), são as seguintes:
-pesquisa:
levantamento de dados, opiniões e informações vinculados à organizações
e ao seu cenário de atuação;
-diagnóstico:
avaliação e indicações de situações, públicos e organização, considerando
as implicações sobre a implantação de um sistema, meio ou evento;
-planejamento:
definição de uma política, estratégias e objetivos,
decorrentes do entendimento do cenário e dos interesses;
-organização:
coordenação da estrutura de funcionamento e da organização de
investimentos e recursos humanos, técnicos e financeiros, visando
a operacionalização do sistema e atividades;
-operacionalização:administração
e desenvolvimento de funções, atividades, serviços e produtos
de comunicação decorrentes da pesquisa, planejamento e da organização;
-produção:criação,
desenvolvimento, difusão de serviços, eventos e produtos de comunicação.
A
elaboração de um processo de planejamento pressupõe envolvimento
e comprometimento dos profissionais que estão imbuídos dessa tarefa:
especificamente na área de saúde é preciso deixar de apenas cumprir
etapas e direcionar as ações para atingir os objetivos propostos.
A
autora destaca ainda que, trabalhar na área de saúde é trabalhar
com a vida, suas doenças e a morte. Quando se pensa na utilização
estratégica da comunicação é preciso entender todos os apelos
particulares e coletivos gerados pela informação, a promoção e
a propaganda, daí a importância de, nesse processo, estarem também
participando todos os profissionais envolvidos com as questões
de saúde.
Pesquisa
sobre saúde na internet
Para
Soares (2003), se é difícil exagerar a importância do impacto
da Internet sobre as mais diversas áreas de atividade, por outro
lado, os temas de saúde, em particular a pesquisa sobre comunicação
em saúde e campanhas relacionadas à saúde coletiva têm crescido
em importância na agenda pública.
De
acordo com o pesquisador, a internet renovou as perspectivas para
a comunicação em saúde. Enquanto a comunicação de massa deve fazer
campanhas abordando em geral dos temas de saúde, porque alcança
uma audiência heterogênea, a rede de computadores, por ser acessada
individualmente, pode responder a dúvidas específicas, oferecendo
a informação buscada, com o grau de profundidade que o usuário
procura.
Segundo
Soares (2003), em junho de 2003, foi realizada por ele uma busca
por sites contendo a palavra saúde no título.
Esse processo foi desenvolvido com o uso do motor de buscas Teoma
Search, que, na oportunidade, indicou 29.200 ocorrências, o que
dá uma medida da rapidez com que, em poucos anos, o assunto se
expandiu na rede.
Para
Soares (2003, p.2), ainda não dispomos de pesquisas sobre a realidade
brasileira, mas estudos mostram que nos Estados Unidos há uma
tendência de os sites de saúde crescerem em número muito mais
rapidamente do que o uso geral da Internet.
No
processo de levantamento de informações, Soares (2003, p.3 ) destaca
também:
Um
estudo conduzido por Aspden e Katz (in RICE e KATZ, 2001), em
1997, com 800 usuários de Internet, a partir de uma amostra telefônica
nacional dos Estados Unidos trouxe alguns dados adicionais sobre
as tendências dos usuários. Quarenta e um por cento responderam
afirmativamente à pergunta se já tinham buscado informação médica
na rede. A propensão das respostas positivas era maior entre os
que tinham mais habilidades de Internet, as mulheres, os brancos,
os mais velhos e os usuários mais freqüentes de Internet. Observou-se,
na mesma sondagem, que os que acessam informação de saúde o fazem,
em geral, diversas vezes. A maioria desses respondentes disse
ter acessado sites de saúde três ou mais vezes no ano anterior
à pesquisa: 39% acessaram uma ou duas vezes; 22% acessaram 3 ou
4 vezes; 16% o fizeram de 5 a 9 vezes; 23% procuraram sites de
saúde 10 ou mais vezes. As freqüências mais altas eram mais prováveis
entre as mulheres e entre os que consideravam possuírem mais habilidades
de Internet.
Segundo
o pesquisador, setenta e três por cento dos que responderam ter
acessado a Internet em busca de informação de saúde disseram ter
discutido a informação com outras pessoas, sendo que, desses,
50% o fizeram com médicos e outros profissionais de saúde. Os
usuários mais prováveis de discutir informações de saúde com outros
eram os mais ricos, com maiores habilidades de Internet e as mulheres.
De
acordo com informações apresentadas por Soares (2003), a maioria
dos entrevistados acredita no valor da informação da Internet,
considerando-as "altamente valiosas", embora um terço
deles se declarem cautelosos (classificando as informações como
"algo valiosas") e 5% tenham considerado as informações
sem nenhum valor. Vinte quatro por cento disseram ter lido informação
irresponsável; 27% tinham lido informação enganosa e 31% afirmaram
ter lido informações que consideraram muito comerciais. Os que
já tinham lido informação considerada irresponsável eram mais
críticos. Numa escala de ceticismo, construída pelos autores a
partir das respostas, os mais céticos apresentavam maior grau
de instrução e maiores habilidades de Internet. Os mais céticos
eram também os que mais freqüentemente acessaram informações de
saúde e os mais prováveis de discutir essas informações com outras
pessoas.
No
que concerne ao Brasil, Soares (2003, p.4 ), apresenta a seguinte
informação:
Macedo
(in GUIMARÃES, 2001) realizou, em 1997, uma investigação com 241
usuários cadastrados da revista eletrônica Saúde e Vida on Line,
mantida pelo Núcleo de Informática Biomédica da Unicamp e integrante
do Hospital Virtual Brasileiro. Quarenta e oito por cento dos
leitores eram profissionais da área de saúde, resultado inesperado,
uma vez que a revista é destinada ao público leigo. Esse conjunto
de leitores profissionais de saúde declarou consultar a revista
por curiosidade pelo funcionamento da divulgação de informações
de saúde pela Internet, pela atualidade das informações, pela
facilidade de obtê-las, para conhecer as dúvidas dos usuários
e para usar os artigos, distribuindo-os aos pacientes ou para
conhecer temas de outras especialidades. A pesquisa revelou que
a revista era consultada semanalmente por 57% dos leitores, sendo
que 97% deles costumavam se informar sobre saúde regularmente
(em especial os profissionais da área).
Comunicação
em saúde na internet
Para
Soares (2003), a Internet se tornou um veículo tanto de ações
do governo, como de ONGs, de profissionais de saúde, de voluntários
e de empresas, originando o complexo denominado abreviadamente
e-health, ou e-saúde (e para eletrônica),
o termo mais amplo para se referir ao amplo espectro de atividades
usando tecnologias em saúde, cuidados de saúde e saúde pública.
De
acordo com o pesquisador, Baur, Deering e Hsu (in ASPDEN e KATZ,
2001) propõem o seguinte quadro dessas atividades:
Quadro 1: O continuum de e-health
(ou de e-saúde)
Funções Exemplos
Referência |
Publicação
eletrônica, catálogos, bases de dados |
Auto-ajuda/auto-cuidado |
Informação de saúde on-line, grupos
de apoio, avaliação de riscos de saúde, registros de dados
pessoais de saúde |
Serviços de conveniência do plano/provedor |
Agendamento on-line, exames e resultados
de laboratório, resumo de benefícios |
Consulta e referral |
Consulta médico-paciente ou médico-médico
via sistemas de telemedicina; leituras remotas de imagens
digitais ou amostras de patologia. |
Comércio eletrônico em saúde |
Vendas de produtos e relacionados
à saúde e prestação de serviços de saúde |
Serviços de saúde pública |
Coleta automatizada de dados; armazenagem
de dados; acesso on line a dados de pesquisas da população
e recenseamentos; sistemas de detecção avançada e de alerta
para ameaças à saúde pública. |
Fonte: BAUR, DEERING, HSU (in RICE e KATZ,
2001, apud SOARES, 2003, p.6 ).
O
pesquisador apresenta também em seu estudo o conceito de Comunicação
Interativa em Saúde CIS um termo proposto por Eng
e Gustafson (1999) para se referir à "interação de um indivíduo
com ou por meio de um dispositivo eletrônico ou tecnologia de
comunicação para acessar ou transmitir informação de saúde ou
receber ou prover orientação e apoio sobre um assunto relativo
à saúde" (1) . Assim, a busca de informação em saúde na Internet,
a participação em bate papos virtuais e de grupos de apoio, o
envio de e-mails para provedores de serviços de saúde são
formas de comunicação interativa em saúde. A CIS pode cumprir
seis funções específicas, segundo os autores: comunicar informação
individualizada; habilitar a tomada de decisão informada; promover
comportamentos saudáveis; viabilizar a troca de experiências e
apoio mútuo; promover o auto-cuidado; gerenciar a demanda por
serviços de saúde (apud SOARES, 2003, p.6).Para o pesquisador,
a Internet é um meio de comunicação absolutamente singular e extremamente
poderoso em comparação com os meios convencionais. É redundante
lembrar que ela já é, hoje, um veículo com recursos para gerar
interesse visual, pelo uso da cor, da variedade de fontes, fotos,
grafismos, movimento (filmes e animações), num ambiente sonoro
e interativo. São condições propícias ao planejamento e produção
de mensagens atraentes, com fortes atrativos gráficos.
Soares
(2003) ressalta ainda que, ao lado desses aspectos formais, é
importante destacar a capacidade da Internet de oferecer quantidades
maciças de informação escrita, distribuída ou não em partes, por
meio dos enlaces de hipertexto. De folhetos a livros inteiros
podem ser baixados em segundos, copiados eletronicamente ou impressos
pelo usuário. Trata-se de uma capacidade única que torna a web
a novíssima estrela na pesquisa acadêmica.
Ciberespaço
De
acordo com a pesquisadora Brennand (2004) (2), o processo
de mundialização da economia, da política, e da cultura nos reenvia
à necessidade de repensar a educação, frente à emergência de um
novo tipo de sociedade pautada nos processos de racionalização
da informação. O surgimento da empresa em rede, a nova divisão
internacional do trabalho e a necessidade cada vez maior da utilização
informatizada da informação redefinem as instituições e as organizações
da economia informacional abrangendo também a cultura.
Em
seu estudo, a pesquisadora destaca
o
pensamento de Lévy (1977), que afirma o seguinte: o progresso
admirável do conhecimento e o significado social da informática
deram origem a um novo movimento social denominado "cyberspace"
que aglutina o mundo virtual vivo, heterogêneo e intotalizável
em novas formas de comunicação interativa, recíproca, comunitária
e intercomunitária O ciberespaço não possui, ainda, forma e conteúdo
definidos. Seus meios técnicos ainda estão em evolução e seu espaço
é nômade. Para Lévy (1994) este espaço não é território geográfico
nem instituições ou Estados, é um espaço invisível de conhecimentos
e saberes que transformam o modo como a sociedade é construída
(apud BRENNAND, 2003).
Este
universo de redes digitais e seus suportes originais de informação
produzem modificações dos laços sociais, dando origem a processos
flexíveis e novas redes de produção. Ao rearticular novas formas
de comércio e troca, dá uma dimensão original à rede social da
troca de saberes, os quais passam a ter como marca indelével a
circulação contínua e mutável de especialidades científicas, técnicas,
sociais e estéticas (Lévy, 1994, apud BRENNAND, 2003).
De
acordo com a pesquisadora, a emergência de novos estilos de experiência
do pensamento, como por exemplo, as memórias dinâmicas objetivadas
pelos documentos digitais e programas disponíveis em rede, aumenta
o potencial da inteligência coletiva, dando origem ao movimento
da cibercultura.
Para
ela, a interconexão deste movimento tem provocado mudanças singulares
nos perfis de competência dos indivíduos, e, conseqüetemente,
uma mutação na física da comunicação. O fenômeno da telepresença
generalizada, ou seja, das comunidades virtuais, explora diversas
formas da opinião pública, metamoforseando as noções de público
e de espaço público.
Brennand
também destaca que as comunidades virtuais têm se desenvolvido
através de interações de diversos tipos, que raramente transcorrem
sem conflitos, uma vez que, transformam determinadas capacidades
cognitivas e refinam modelos mentais comuns como a memória, o
cálculo e o raciocínio. Este processo de flutuação do saber traz
como consequência o sentimento de desordem e de desorientação.
Este universo indeterminado redesenha o labirinto das relações
humanas que agora conta com mais uma ferramenta - a rede.
A
presença do virtual redefine as hierarquias de acesso à informação
e a navegação abre caminhos para aprendizagens cooperativas.
A internet, por exemplo, vem permitindo a construção de um espaço
de encontro, de compartilhamento e de invenção. Mídias clássicas
como jornais, bibliotecas, museus, televisão etc., participam,
atualmente, da alimentação de redes de informação e podem se constituir
em um meio técnico indispensável para a formação de uma nova forma
de inteligência : a "inteligência coletiva" (Lévy, 1994,
apud BRENNAND, 2003).
A
emergência do ciberespaço e a necessidade de reconstrução da concepção
de inteligência coletiva, de acordo com a autora, nos coloca diante
de uma dimensão pouco percebida da comunicação. Neste universo
de invenção de novas linguagens os caminhos estão abertos na direção
do redescobrimento das possibilidades imanentes de cada indivíduo
na busca de soluções aos complexos problemas da atualidade. Mas
afinal o que constitui esta inteligência coletiva ?
A
Concepção de Inteligência Coletiva
Para
Brennand (2003), a configuração do ciberespaço assemelha-se a
um campo de batalha onde são constantemente confrontados interesses
os mais diversos. Os Estados vão perdendo cada vez mais o controle
sobre fluxos econômicos, informacionais e fronteiriços, levando
suas forças econômicas, políticas e sociais a disputarem projetos
de renovação de competências numa complicada luta pela supremacia
econômica, tecnológica e cultural. Então, fazer evoluir as tecnologias
da informação e comunicação passa a ser o projeto comum a todos
os países que têm como objetivo aumentar o seu poder e sua soberania.
As tecnologias midiáticas criam a dinâmica de abertura para o
exercício da influência dos poderes territoriais. Este processo
tem trazido como paradoxo fundamental o surgimento de um novo
tipo de inteligência : a inteligência coletiva.
A
pesquisadora também destaca o seguinte:
Lévy
(1994), argumenta que a relação que indivíduos desenvolvem no
contexto do ciberespaço se diferencia daquela desenvolvida no
contexto da cultura local. As novas tecnologias da informação
e comunicação são, potencialmente, forjadoras de uma nova relação
entre os indivíduos que transcende o tempo e o espaço tradicional.
Por se constituirem um espaço navegável e virtual, organizam e
difundem o encontro transterritorial, onde significações variadas
são partilhadas, idéias e argumentos conectados, modificando as
bases da troca de saberes e experiências. A compreensão da existência
de uma inteligência coletiva passa pela constatação de que existem
diversos tipos de saberes, e que estes estão espalhados por toda
parte. Não existem, portanto, indivíduos "ignorantes".
Os diversos saberes podem ser valorizados em função de determinado
contexto, bastando que, para isto, ele seja identificado e mobilizado
para utilização na resolução de problemas. Todo saber possui significações
contextuais, dimensões ético-políticas e identidade social, isto
é, ele está por toda parte, dentro das culturas diversas e não
resulta, somente, da aprendizagem de conteúdos relacionados às
situações de sobrevivência. Estes saberes resultam da transmutação
das competências dos indivíduos na construção de sua práxis cultural
e social (apud BRENNAND, 2003).
De
acordo com a autora, a práxis vida moral, afetiva, estética,
política, e econômico-cultural - é entendida, como o exercício
de uma atividade que suponha uma intencionalidade e uma relação
com o mundo, a constituição de um significado que vai além do
simples fazer instrumental. Compreender a concepção de inteligência
coletiva, implica operar uma reflexão ordenada da práxis humana
como um processo complexo, articulado ao desenvolvimento do saber
científico e tecnológico.
Ao
construirem sua práxis, os indivíduos passam por aprendizagens
as mais diversas e desenvolvem competências que lhes permitem
criar sentidos. É possível argumentar que cada comunidade constrói
sua história através da práxis. Assim, cada grupo social poderá
fortalecer sua inteligência coletiva através da reinterpretação
da sua memória, da animação dos espaços de saber local, do aproveitamento
de competências instaladas e da integração de um processo social
dinâmico de troca de saberes. Este processo para Lévy não é constituído
pelo seu caráter eminentemente cognitivo, mas engloba a dimensão
do " trabalhar em comum acordo" pela mediação de dimensões
éticas, estéticas, tecnológicas e organizacionais envolvendo alcançar
"entendimentos" com o outro e ou com o grupo tendo em
vista a renovação dos laços sociais (apud BRENNAND, 2003).
Dessa
maneira, pode-se entender que a inteligência coletiva se constrói
e reconstrói através do diálogo de saberes.
Brennand
ainda ressalta que
O
diálogo entre os saberes diversos pode permitir o estabelecimento
de consensos que se apóiam sobre os elementos do mundo da vida,
permitindo aos indivíduos compartilharem seus planos de ação e
fomentarem a ação comunicativa que é a responsável pela coordenação
do ato social. A ação voltada ao entendimento pressupõe a existência
de um espaço democrático de construção, potencializado pela ação
crítica que vai desencadear a capacidade de construção crítica
do pensamento e da ação. Desta forma o ciberespaço pode ser entendido
como um potencializador da articulação entre os vários saberes,
isto é, o potencializador do fortalecimento de um coletivo inteligente
que ao aumentar sua capacidade de reorganização, inovação e invenção
consiga sincronizar a autonomia dos cidadãos. Assim, a inteligência
coletiva como processo de articulação dos diversos saberes deverá
ser o polo articulador de atos de comunicação onde os indivíduos
coordenem ações de socialização, desenvolvam atos comunicativos
capazes de servir para a transmissão do saber culturalmente acumulado,
coordenem ações de integração social que sirvam para tematizar
normas adaptadas a cada contexto particular, e, enfim, desenvolvam
atos de comunicação que sirvam para construir os controles internos
do comportamento e em particular reforcem as estruturas da personalidade
(Habermas, 1987, apud BRENNAND, 2003).
Sob
esta perspectiva, pode-se acreditar e defender a utilização das
tecnologias da informação e da comunicação para o fortalecimento
do agir comunicativo e da construção da autonomia dos indivíduos.
No caso específico dos portadores de deficiências, esse processo
é extremamente importante, pois a inclusão digital pode possibilitar
avanços na busca e troca de experiências relevantes para esse
público. A democratização da informação deve ser extensiva àqueles
que possuem deficiência.
II
Resultados da Pesquisa
Tendo
como norteadores os pressupostos abordados, desenvolveu-se pesquisa
em sites que abordam a temática da deficiência física.
Dessa
maneira, no processo de identificação, seleção e análise das informações
disponibilizadas nos sites, levou-se em consideração diferentes
aspectos, em especial as abordagens sobre prevenção.
Os
objetivos norteadores da pesquisa referem-se a:
1)
Levantar e sistematizar informações disponibilizadas nos sites
que abordam a temática da deficiência física;
2)
Categorizar, interpretar e analisar as informações apresentadas
nos sites selecionados.
Para
o processo de levantamento de informações foram adotados os seguintes
critérios: a escolha dos sites deu-se através de pesquisa em páginas
de Internet especializadas na ferramenta de busca. Após a identificação,
optou-se por selecionar aqueles que, além de abordar a temática
da deficiência física, são também facilitadores no processo de
obtenção de informações, seja para portadores e/ou interessados
no tema.
Após
a etapa de seleção de 9 (nove) sites passou-se a fase de categorização:
o material foi classificado levando-se em conta os seguintes aspectos:
Apresentação do site;
Links;
Informações sobre deficiência (geral);
Informações de caráter preventivo;
Apoiadores/patrocinadores;
Manutenção/atualização;
Ferramentas de busca
Apresenta-se,
na seqüência, o resultado das informações obtidas, que
estão agrupadas em tabelas para melhor visualização e interpretação.
Cada tabela refere-se a uma categoria: as informações foram sistematizadas
e interpretadas com base nos objetivos da pesquisa e literatura
que fundamenta a temática.
Tabela
1: Apresentação do site
Discriminação
dos sites |
Descrição/crítica
das informações |
www.nppd.ms.gov.br
Núcleo de informação da pessoa portadora de deficiência |
Disponibiliza informações de uma
forma clara e de fácil compreensão: bem distribuídas, estruturadas
e de fácil entendimento para todos que acessarem o site. |
www.cedipod.com.br
Centro de documentação e informação do portador de deficiência |
As informações e os links não estão
bem distribuídos, confundindo os interessados, face à quantidade
de informações. |
www.apaebrasil.org.br
Federação Nacional das Apaes |
Informações e links bem distribuídos,
com uma abordagem clara. |
www.entreamigos.com.br
Rede de informações sobre deficiência |
Possui muitos links as informações
estão distribuídas de forma inadequada podendo gerar confusão
no momento de busca. |
www.sorri.com.br |
A home do site é toda linkada,
necessitando navegar para obtenção das informações. |
www.aacd.org.br
Associação brasileira à criança deficiente |
Muitos links na home, deixando
um pouco confuso o processo de obtenção de informações. |
www.saci.org.br
Rede saci: Solidariedade, Apoio, Comunicação e Informação. |
A home está bem distribuída: não
disponibiliza apenas links. Pode ser caracterizado como um
site simples para navegar. |
www.iaramara.org.br
Associação Brasileira de Assistência ao De ficiente
visual. |
Os links da home são bem distribuídos:
o site disponibiliza as informações de uma maneira clara facilitando
o acesso. |
www.ame-sp.org.br
Amigos Metroviários dos Excepcionais |
Muitos links: pode confundir o
internauta no processo de busca de informações. |
Os
sites selecionados representam uma pequena amostra do que está
disponível na Internet e que aborda questões de saúde, em especial
as relativas à deficiência. No que concerne à apresentação,
a maioria dos sites disponibiliza as informações de forma inadequada,
dificultando o acesso. Se considerarmos que se tratam de entidades/instituições
que direcionam suas ações para as diferentes questões que permeiam
as deficiências, os responsáveis pela inserção e distribuição
das informações nas páginas da web deveriam preocupar-se
com aspectos qualitativos e facilitar o processo de entendimento/assimilação.
Deve-se levar em conta, no caso específico dos portadores de deficiência,
que estes, regra geral, são excluídos do sistema digital e que
promover o acesso à informação é uma questão de cidadania.
Tabela
2: Links
Discriminação
dos sites |
Descrição/crítica
das informações |
www.nppd.ms.gov.br
Núcleo de informação da pessoa portadora de deficiência |
Quantidade adequada de links para
o acesso dos interessados no assunto: oferece muitas opções. |
www.cedipod.com.br
Centro de documentação e informação do portador de deficiência |
As informações de uma forma geral
estão todas em links. |
www.apaebrasil.org.br
Federação Nacional das Apaes |
Tem vários links; entretanto, não
são todas as informações que estão disponibilizadas nos links.
|
www.entreamigos.com.br
Rede de informações sobre deficiência |
Oferece muitos links para acessar
tudo que há no site. |
www.sorri.com.br |
A maioria das informações está
disponibilizada em links.. |
www.aacd.org.br
Associação brasileira à criança deficiente |
Informações disponibilizadas em
links. |
www.saci.org.br
Rede saci: Solidariedade, Apoio, Comunicação e Informação. |
Oferece links para possibilitar
o acesso as informações disponíveis no site. Estão estrutrurados
de uma maneira fácil possibilitando rápido acesso. |
www.iaramara.org.br
Associação Brasileira de Assistência ao De ficiente visual. |
As informações estão disponibilizadas
através de links: são bem distribuídos e de fácil acesso. |
Todos
os sites selecionados estão estruturados de forma a disponibilizar
links para aqueles que buscam informações sobre o tema. Entretanto,
os recursos oferecidos, muitas vezes dificultam o acesso. Pode-se
observar que, oferecer links sobre o tema central do site é uma
maneira de possibilitar a socialização de informações; entretanto,
a adequada distribuição das informações na web pode ser
facilitadora do processo de busca. Os responsáveis pela inserção
de informações devem ter a preocupação de criar facilidades
é preciso, cada vez mais democratizar a informação. No caso específico
de deficientes, esse processo é muito mais importante, dadas as
dificuldades que os portadores normalmente possuem.
Tabela
3: Informações sobre deficiência (geral)
Discriminação
dos sites |
Descrição/crítica
das informações |
www.nppd.ms.gov.br Núcleo
de informação da pessoa portadora de deficiência |
Como o site é um núcleo de informação
ao deficiente, disponibiliza para os interessados muitas informações
pertinentes às deficiências (físicas e mentais). É uma página
eficaz pelo caráter informativo. |
www.cedipod.com.br Centro
de documentação e informação do portador de deficiência |
O site é direcionado a informar
sobre as leis e decretos de interesse dos deficientes. Aborda
também os problemas de deficiências, embora de uma maneira
mais superficial. |
www.apaebrasil.org.br Federação
Nacional das Apaes |
A página da Internet apresenta
informações sobre a entidade, os eventos e as ações que vem
realizando. Não aborda o tema deficiência de forma a oferecer
informações mais detalhadas aos interessados. |
www.entreamigos.com.br Rede
de informações sobre deficiência |
Esse é o site mais completo em
relação a disponibilização de informações sobre deficiência.
Aborda todas as deficiências através de textos claros e de
fácil compreensão. |
www.sorri.com.br |
Apenas faz abordagem sobre a entidade,
não oferece informações sobre os problemas pertinentes às
deficiências físicas. |
www.aacd.org.br Associação
brasileira à criança deficiente |
Disponibiliza informações sobre
a entidade e aborda de forma superficial os problemas relativos
à deficiências. |
www.saci.org.br Rede
saci: Solidariedade, Apoio, Comunicação e Informação. |
Informa de uma maneira muito clara
sobre as deficiências, bem como as principais causas, o diagnóstico,
a prevenção, serviços e os direitos do portador de deficiência.
É um site bem completo no que concerne à disponibilização
de informações pertinentes às deficiências. |
www.iaramara.org.br
Associação Brasileira de Assistência ao De ficiente visual. |
Apresenta os níveis mais comuns
de deficiência visual e as características mais comuns. |
www.ame-sp.org.br
Amigos Metroviários dos Excepcionais |
É um site com informações diversas,
eventos, dicas, novidades. Não aborda as deficiências especificamente,
mas sim dentro de um contexto geral. |
Os
sites selecionados oferecem informações gerais (de orientação
sobre direitos e programas de deficiência) e específicas.
A maioria disponibiliza informações referentes a: entidade, leis
e decretos de interesse dos deficientes, eventos e ações, todas
as modalidades de deficiência, causas e diagnósticos, indicação/orientação
de tratamentos. Entretanto, poucos são os sites que merecem destaque
pela qualidade das informações e que atualizam com freqüência
as informações disponibilizadas.
Tabela
4: Informações de caráter preventivo
Discriminação
dos sites |
Descrição/crítica
das informações |
www.nppd.ms.gov.br
Núcleo de informação da pessoa portadora de deficiência |
Aborda de uma maneira eficaz a
questão da prevenção às deficiências (físicas e mentais),
para a gravidez e a modalidade cerebral. |
www.cedipod.com.br
Centro de documentação e informação do portador de deficiência |
O site destaca mais os direitos
dos deficientes: disponibiliza poucas informações sobre a
deficiência e o seu caráter preventivo. |
www.apaebrasil.org.br
Federação Nacional das Apaes |
Não aborda a deficiência em si
e tampouco os aspectos relativos à prevenção. |
www.entreamigos.com.br
Rede de informações sobre deficiência |
O melhor site para tirar dúvidas
e obter informações sobre esse aspecto. Oferece informações
preventivas sobre as diferentes tipologias de deficiências:
na gravidez, cerebral. Destaca também os cuidados básicos
do dia-a-dia. |
www.sorri.com.br |
Não destaca os aspectos de prevenção. |
www.aacd.org.br
Associação brasileira à criança deficiente |
Não destaca os aspectos de prevenção. |
www.saci.org.br
Rede saci: Solidariedade, Apoio, Comunicação e Informação. |
Aborda a prevenção das diferentes
deficiências: físicas, mentais, auditivas, visuais e múltipla.
Informa sobre prevenção no desenvolvimento do bebê, nas ocorrências
e esclarece algumas verdades e mitos sobre as deficiências. |
www.iaramara.org.br
Associação Brasileira de Assistência ao De ficiente visual. |
Não aborda informações de caráter
preventivo, mas sim a inclusão do deficiente visual na sociedade,
através da família, escola e outros. |
www.ame-sp.org.br
Amigos Metroviários dos Excepcionais |
Aborda muitas informações referentes
à prevenção e colabora com os portadores de deficiência, mas
de uma forma mais superficial. |
No
Brasil, culturalmente, as questões de prevenção não são devidamente
planejadas e abordadas, seja no dia-a-dia das organizações e entidades,
seja no sistema internet. Entretanto, no caso específico das deficiências,
as informações disponibilizadas nos sites selecionados que têm
relação direta com ações preventivas são muito importantes. Destacam-se,
nesse aspecto: www.nppd.ms.gov.br,
www.entreamigos.com.br,
www.saci.org.br e
www.ame-sp.org.br.
Acredita-se que, num futuro próximo, as informações de caráter
preventivo deverão merecer o devido destaque é preciso
que as organizações priorizem as informações dessa natureza para
que conseqüências desagradáveis sejam minimizadas.
Tabela
5: Apoio/patrocinadores
Discriminação
dos sites |
Discriminação
dos patrocinadores |
www.nppd.ms.gov.br
Núcleo de informação da pessoa portadora de deficiência |
Governo do Estado do Mato Grosso
do Sul. |
www.cedipod.com.br
Centro de documentação e informação do portador de deficiência |
Entre Amigos. |
www.apaebrasil.org.br
Federação Nacional das Apaes |
Todas as Apaes. |
www.entreamigos.com.br
Rede de informações sobre deficiência |
Unicef, Sorri, Elo Eficiente, Ibge. |
www.sorri.com.br |
Secretaria do emprego. |
www.aacd.org.br
Associação brasileira à criança deficiente |
Itaú, Votorantim, SBT, Brascola,
Estadão, Gazeta Mercantil, Siemens, Folha de São Paulo, Varig,
Bradesco, entre outros. |
www.saci.org.br
Rede saci: Solidariedade, Apoio, Comunicação e Informação. |
UFRJ, Unicamp, IBM, CUT, entre
outros. |
www.iaramara.org.br
Associação Brasileira de Assistência ao De ficiente visual. |
Não possui. |
www.ame-sp.org.br
Amigos
Metroviários dos Excepcionais |
Entre Amigos, Cedipod, Metrô, Design
Foster. |
Nos
sites selecionados, as organizações do setor produtivo são as
que vêm dando apoio efetivo às entidades que direcionam suas ações
para as questões de deficiência. Pode-se inferir, no que concerne
às demais especificidades da área de saúde, que são as organizações
do segundo setor que dão sustentação aos programas sociais relativos
às questões de saúde e qualidade de vida. Pode-se afirmar também
que, infelizmente, o setor público não tem priorizado as questões
de saúde, seja nas políticas de disseminação de informações, seja
nas ações propriamente ditas.
Tabela
6: Atualização e Manutenção
Discriminação
dos sites |
Descrição
das informações |
www.nppd.ms.gov.br
Núcleo de informação da pessoa portadora de deficiência |
Não possui. |
www.cedipod.com.br
Centro de documentação e informação do portador de deficiência |
Atualizado sempre que há informações
relevantes. |
www.apaebrasil.org.br
Federação Nacional das Apaes |
Não possui. |
www.entreamigos.com.br
Rede de informações sobre deficiência |
Não possui. |
www.sorri.com.br |
Não possui. |
www.aacd.org.br
Associação brasileira à criança deficiente |
Não possui. |
www.saci.org.br
Rede saci: Solidariedade, Apoio, Comunicação e Informação. |
Não possui. |
www.iaramara.org.br
Associação Brasileira de Assistência ao de ficiente visual. |
Não possui. |
www.ame-sp.org.br
Amigos Metroviários dos Excepcionais |
Realizada pela empresa Dixit Design,
mas não especifica a data. |
As
informações disponibilizadas nos sites selecionados, infelizmente,
não são atualizadas periodicamente. Isso pode significar ausência
de planejamento no processo de controle/atualização das informações
disponibilizadas e pode contribuir na geração de valores que podem
afetar a credibilidade das informações veiculadas. De um modo
geral, independente da área de abordagem, os sites não são habitualmente
atualizados.
Tabela
7: Ferramentas de Busca
Discriminação
dos sites |
Descrição
das Facilidades |
www.nppd.ms.gov.br
Núcleo
de informação da pessoa portadora de deficiência |
Disponibiliza a ferramenta de busca
para as informações internas do site. |
www.cedipod.com.br
Centro de documentação e informação do portador de deficiência |
Não possui. |
www.apaebrasil.org.br
Federação Nacional das Apaes |
Disponibiliza a ferramenta de busca
para as informações internas do site e cadastro de usuários. |
www.entreamigos.com.br
Rede de informações sobre deficiência |
Disponibiliza a ferramenta de busca
para as informações internas do site e banco de dados (cadastro). |
www.sorri.com.br |
Disponibiliza a ferramenta de busca
para as informações internas do site e o Fale Conosco. |
www.aacd.org.br
Associação brasileira à criança deficiente |
Fale Conosco e material institucional
em PDF (dificulta o acesso dos interessados). |
www.saci.org.br
Rede saci: Solidariedade, Apoio, Comunicação e Informação. |
Disponibiliza a ferramenta de busca
e cadastro. |
www.iaramara.org.br
Associação Brasileira de Assistência ao De ficiente visual. |
Não possui, apenas contato com
os idealizadores do site. |
www.ame-sp.org.br
Amigos Metroviários dos Excepcionais |
Não possui a ferramenta de busca,
mas o fale conosco. |
www.aultimaarcadenoe.com/
A ultima arca de noé |
Não possui. |
Para
que um site seja constantemente avaliado e atualizado é preciso
que ofereça recursos para estabelecer interatividade com aqueles
que o acessam. No caso específico da deficiência, isso é extremamente
importante, pois os portadores e aqueles que estudam sobre o tema
devem ter espaço e condições para que o feed back seja estabelecido,
mesmo no sistema virtual.
Considerações
sobre a pesquisa
Durante
o processo de levantamento de informações sobre o tema escolhido
para estudo, pode-se constatar que, de um modo geral, os sites
que disponibilizam informações sobre deficiência o fazem com funções
educativas e/ou por questões de cidadania.
No
entanto, considerando que o objetivo principal deste estudo esteve
focado no processo de levantamento de informações referente às
questões de prevenção nos sites que direcionam informações para
os portadores de deficiência, em especial, as modalidades físicas,
pode-se selecionar aqueles que vêm cumprindo também esse papel,
ou seja, disponibilizam informações sobre prevenção, seja para
estudiosos, portadores e/ou familiares.
Dessa
maneira, é importante destacar, de acordo com encarte publicado
na Revista Época (2004), "Inclusão Digital", que o Brasil,
apesar dos avanços recentes, ainda ocupa um modestíssimo 60º lugar
entre os países que mais utilizam a Internet em termos percentuais.
Apenas 10,8% da população, de acordo com dados recentes da Internet
World Statistics, têm acesso à rede mundial de computadores.
No
que diz respeito às informações sobre deficiência disponibilizadas
na Internet, o mesmo encarte dá destaque para a Rede Saci (www.saci.org.br
), que transformou-se na principal referência brasileira em iniciativas
de inclusão digital e social sobre deficientes.
Com
24,5 milhões de portadores de algum tipo de deficiência, segundo
o Censo do IBGE de 2000, o Brasil ainda tem que avançar muito.
Para isso, o encarte enfatiza que o instrumento básico é a educação
inclusiva. O Portal da Rede Saci abre espaço, em seu canal de
educação, para familiares e educadores trocarem experiências.
No
que concerne aos resultados da pesquisa desenvolvida nos sites
selecionados, pode-se afirmar que os portais que abordam a temática
da deficiência têm se destacado pela qualidade dos serviços que
oferecem. Entretanto, considerando que o objetivo da pesquisa
está centrado na análise das informações sobre prevenção veiculadas
nos sites, pode-se afirmar que essa abordagem ainda é incipiente.
É necessário que seja incentivada a disponibilidade desse tipo
de informação é importante que, questões referentes à alimentação
do portador de deficiência, saúde mental, sexualidade, prevenção
de acidentes e qualidade de vida, de um modo geral, sejam disponibilizadas.
É preciso que as pessoas, portadoras ou não, sejam motivadas a
buscar e a exigir informações de caráter preventivo.
Notas
1)
Uma expressão que se consagrou nos textos acadêmicos para se referir
à forma de interação pela Internet é "comunicação mediada
por computador". A Comunicação Interativa em Saúde admite
a inclusão de outras tecnologias, como o telefone, por exemplo.
2)
Professora do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade
Federal da Paraíba, Doutora em Sociologia pela Sorbonne.
Referências
Inclusão Digital. Informe
Publicitário. Revista Época, nº 320, julho de
2004.
BRENNAND, Edna G. de G. Ciberespaço
e educação: navegando na construção da inteligência coletiva.
Texto disponível no site www.informacaoesociedade.ufpb.br/1110108.pdf
. Acesso em 05/06/2004.
CASTRO, N. J. Tecnologia da informação
no ensino de economia. In: FERREIRA, J. M. C. (org.). Jornadas
pedagógicas. Lisboa, ISEG-UTL, 1999.
SOARES, M. C. Internet
e saúde possibilidades e limitações. Texto apresentado
no VI Congresso de Comunicação e Saúde-COMSAUDE. São Bernardo
do Campo: São Paulo, 2003. EM CD-ROM.
WEBER, Maria Helena. Comunicação:
estratégia vital para a saúde. Artigo publicado no livro
Saúde & Comunicação - Visibilidades e Silêncios. Organizadora
Aurea M. da Rocha Pitta. São Paulo: Hucitec, 1995.
Sites
www.nppd.ms.gov.br
www.cedipod.com.br
www.apaebrasil.org.br
www.entreamigos.com.br
www.sorri.com.br
www.aacd.org.br
www.saci.org.br
www.iaramara.org.br
www.ame-sp.org.br
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Sonia Aparecida Cabestré
Doutora em Educação pela UNESP de Marília/SP,
Professora do Curso de Comunicação Social –
Habilitação em Relações Públicas
e do Curso de Pós-Graduação "Gestão
Estratégica em Marketing da Universidade do Sagrado Coração
(USC) e Coordenadora do Núcleo de Pesquisa do Terceiro
Setor, USC/Bauru/SP.
Ana Martha Chiaramonte
Acadêmica do Curso de Comunicação Social-Habilitação
em Relações Públicas e integrante do Núcleo
de Pesquisa do Terceiro Setor da USC.
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