
Enxergando
além da notícia de saúde
Parece
óbvio e repetitivo insistir na afirmação
de que a saúde é o nosso maior patrimônio
e que é necessário tratar dela com o maior zelo
possível. É importante não se esquecer disso
em nenhum momento, quando se trabalha a comunicação
para a saúde.
A
mídia tem uma grande influência junto à opinião
pública e pode, quando não age de maneira responsável,
penalizar negativamente a qualidade de vida dos cidadãos.
Isso acontece, por exemplo, quando noticia novos medicamentos,
prometendo resultados milagrosos, ou faz alusão a tratamentos
que podem aliviar a dor ou promover a cura.
Gurus
(muitas vezes vestidos de branco e com registro no CRM) e pseudociências,
gestadas aqui ou no exterior, costumam frequentar a mídia,
mesmo em horário nobre, com objetivo explícito de
explorar a boa fé de pessoas incautas ou desesperadas e
obter lucro fácil.
A
imprensa, e os jornalistas, não podem postar-se diante
destas situações de guarda baixa, desarmados, porque
estarão, com essa postura, sendo cúmplices de parcela
nefasta da chamada indústria da saúde, que contempla
as pessoas como vítimas a serem iludidas.
A
máxima de que "não existe almoço grátis"
se aplica, de maneira perfeita, a esses casos e, portanto, é
necessário ficar de olhos bem abertos para os releases
que se originam de representantes da indústria da saúde.
Devemos também suspeitar do assédio hipócrita
de agências de comunicação e de publicidade,
competentes mas sem escrúpulos, que trabalham apenas para
aumentar os seus lucros e os de seus clientes, sem se importarem
com o prejuízo que podem causar à população.
As
notícias que envolvem saúde e consumo de medicamentos,
saúde e tratamentos revolucionários, saúde
e grandes interesses devem ser vistas com imensa desconfiança.
A
mídia , acrítica e socialmente irresponsável,
costuma cobrir as novas descobertas e as coletivas organizadas
por empresas farmacêuticas, hospitais, empresas que atuam
na área da saúde privada (planos de saúde
e seguradoras), clínicas etc sem atentar para o fato de
que é precisar separar a notícia relevante dos interesses
eminentemente comerciais.
A
revista digital Comunicação & Saúde
estará empenhada em denunciar tanto os abusos da indústria
da saúde como a omissão da mídia e a ganância
de agências de comunicação ou de propaganda,
cumprindo, desta forma, o objetivo pelo qual foi criada.
Enxergar
além da notícia. Esse deve ser o compromisso
de todos nós.
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