Volume 1
Número 1

20 de dezembro de 2004
 
 * Edição atual    

          Comunicação para a saúde exige militância cívica

          Enfim, estamos no ar. Como de costume, a prática nem sempre se afina, idealmente, com a teoria e mesmo aspectos operacionais, como os prazos, acabam sendo rompidos porque as dificuldades reais são maiores do que as inicialmente previstas. Mas o importante é que a revista digital Comunicação & Saúde chega à Web com um número significativo de artigos , comunicações, notícias e outras informações relevantes, fruto da contribuição de profissionais, professores e pesquisadores que atuam na área da Comunicação e Saúde.

          A proposta básica da revista é contemplar esta relação de maneira abrangente e crítica, de modo a permitir o debate e a reflexão sobre temáticas importantes que envolvem tanto o universo da comunicação como o da saúde e, sobretudo, aquelas em que ocorre esta convergência.

          A revista digital não se propõe, em princípio, a ser um veículo neutro, porque descartamos esta postura, comum àqueles que preferem abrir mão de compromissos. Acreditamos, como pregava Paulo Freire, que mudar é difícil , mas possível . Julgamos que cada um de nós, comunicadores ou profissionais de saúde, devemos rejeitar uma perspectiva conformista, que nos acomoda ao status quo, e que, pelo contrário, com entusiasmo, coragem e competência devemos empenhar-nos para promovermos as transformações necessárias em prol da melhoria da qualidade de vida dos cidadãos..

          A cumplicidade de parcela da mídia brasileira com a indústria da saúde nos convida a uma reflexão e, ao mesmo tempo, a um engajamento. Não é possível compartilharmos com o marketing da saúde, socialmente injusto e irresponsável; aceitarmos, passivamente, o sofrimento dos que padecem pela ausência de políticas públicas ou assistirmos, como meros espectadores, ao espetáculo dantesco de crianças passando fome ou de idosos abandonados à própria sorte.

          A revista digital Comunicação & Saúde pratica a pedagogia da indignação quando se defronta com as injustiças sociais e permanece alerta contra as investidas dos interesses comerciais e pessoais que rondam o mundo da saúde e da comunicação.

          Contamos com o apoio de nossos leitores e colaboradores para que essa prática se fortaleça e para que possamos, dentro das nossas possibilidades, criar uma massa crítica na comunicação e na educação para a saúde.

          Agradecemos a disposição e a competência dos colegas do Conselho Editorial e confessamos nosso entusiasmo em abraçar esta luta e esse compromisso. Estamos absolutamente engajados na defesa de uma comunicação saudável. Achamos que ela é fundamental e a assumimos como um exercício necessário de militância cívica.

 

 
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