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Obesidade
infantil e mídia: as ofertas da televisão alimentando
a doença
Andréia Mendes dos Santos*
Resumo
A obesidade apresenta-se como um grave problema de saúde pública
no contexto atual, podendo ser caracterizada como uma epidemia
mundial. Trata-se de uma doença psicossomática, crônica e multifatorial,
causada, em grande parte, pelo aumento da ingestão de alimentos
gordurosos e a diminuição das atividades físicas. Estudos recentes
mostram que no Brasil, 25% da população encontra-se com excesso
de peso (SANTOS, 2003, FELIPPE, 2001). A mídia vem cumprindo importante
função na divulgação desta problemática. Contraditoriamente a
própria mídia, no que se refere às propagandas apresentadas na
televisão, vem contribuindo e estimulando o consumo de alimentos
sem valor nutricional, além de utilizar-se de estratégias de marketing
para captarem as crianças como potenciais influenciadoras nas
compras dos pais. Busca-se com esta pesquisa identificar a inter-relação
entre a mídia e a obesidade: o estímulo que alimenta a doença.
Palavras-chave: Obesidade, mídia, saúde.
A
doença da obesidade não é recente; contudo, nos últimos tempos,
o crescimento dos índices relativos à moléstia acabaram por caracterizá-la
como uma epidemia, tornando necessários estudos aprofundados do
tema a fim de controlar e/ou combater o fenômeno. Mais comum do
que imaginávamos, a obesidade configura-se como um problema social,
com sérios danos à sociedade, assim como o tabagismo, o alcoolismo
e as drogas, entre outros (SANTOS, 2003).
Em
tempos remotos, a grande preocupação situava-se no inverso à obesidade;
temia-se a desnutrição. O fato ainda preocupa em algumas regiões
específicas, agora principalmente devido a poucas condições econômica,
falta de recursos e pela precariedade de conhecimentos.
Historicamente
sempre se tiveram notícias sobre o paradoxo situado entre a gordura
e a magreza. Na Idade Média e na Renascença, deu-se a exaltação
das mulheres roliças, expressas nas telas e esculturas dos artistas
da época; a partir do final do século XIX, os padrões cedem lugar
ao protótipo da magreza, principalmente justificado pela busca
de uma melhor qualidade de vida. A partir de então, especialmente
as mulheres, passam a travarem verdadeiras batalhas com a balança,
independente de se encontrarem em situação de gordura, ou não.
Conforme Stenzel (2000) o belo passou a ser sinônimo de magreza
e a corpulência ficou associada ao feio, ao negativo.
A
preocupação com o corpo e a aparência física associada ao magro
encontra-se cada vez mais em evidência; porém, o prazer pela comida
não esta menos presente na vida das pessoas. A relação com a alimentação,
em nossa cultura, encontra-se fortemente relacionada com a fartura,
interferindo nas classes sociais, principalmente porque possui
uma cultura associada à incorporação e a posse. De acordo com
Felippe (2001) grande parte da realeza foi obesa, como Carlos
Magno, as imperatrizes Elisabeth e Catherine II e a rainha Victória,
explicitando esta realidade.
Considera-se
a obesidade como "uma doença psicossomática, de caráter crônico,
com determinantes genéticos, neuroendocriológicos, metabólicos,
dietéticos, ambientais, sociais, familiares e psicológicos"(FELIPPE,2001:17).
Klish (1998) alerta que além de ser uma doença, a obesidade é
um fator de risco para muitas outras doenças potencialmente fatais
como as diabetes, a hipertensão arterial, as doenças do coração,
o câncer, os acidentes vasculares cerebrais, entre outros.
Como
alguns dos resultados de estudo anteriores (1), associam-se para
além do aumento de dietas hipercalóricas, baixo nível de atividade
física, o fumo e a ingestão de álcool; algumas transformações
da contemporaneidade, entre outros aspectos. Mais especificamente,
associa-se que os empanturramentos são oriundos da Globalização,
expressos pela diversidade de produtos de gênero alimentício,
oferecidos principalmente pela mídia e "engolidos" por
ondas de consumismo, próprias do sistema capitalista.
A
singularidade está sendo atingida pelos efeitos das transformações
que se introduzem na vida diária dos sujeitos, tornando-se elemento
desencadeador de grandes frustrações. Como exemplo, cita-se o
crescimento dos casos de obesidade; esta doença tem características
de reação ao sofrimento, opondo-se, muitas vezes, ao desejo dos
sujeitos. No Brasil, mais de 25% da população encontra-se com
excesso de peso, enquanto nos Estados Unidos, estes índices ultrapassam
60% (O HIPERLINK).

No
supermercado observa-se o crescimento no número de ofertas de
novos produtos alimentícios, nacionais e importados, de natureza
não-essencial. Almeida (2002) refere que 27,47% dos comerciais
referem-se a produtos alimentícios. Abaixo, segundo o autor, a
distribuição do conteúdo destes anúncios:
Com
o incentivo às importações, promovido durante o Governo Collor,
no período entre março de 1990 e janeiro de 1995, proliferaram-se
as grandes marcas multinacionais no campo alimentício, contribuindo
para a transformação de certos hábitos alimentares. As facilidades
da alimentação do tipo fast food agradam a população e ao mesmo
tempo, aumentam o consumo de comida desequilibrada, voltada para
o consumo de massa, não contemplando as necessidades nutricionais
de cada individuo, muito menos proporcionam uma alimentação equilibrada
(SANTOS,2001).
James
(2002) defende que a relação entre a globalização e o crescimento
dos casos de obesidade. Hoje estamos vivenciando os seguintes
acontecimentos: acelerado avanço cientifico e tecnológico, que
se inserem num processo de globalização capitalista, expresso,
no caso da obesidade, através de novos modismos e outras demandas
orientadas para o consumo.
O
consumo é baseado nas necessidades materiais, regendo as regras
do vestir e do que comer, poluindo as reais necessidades dos indivíduos
através da incitação de regras de consumo cada vez mais caras.
Para Featherstone (1995) a cultura de consumo tem como premissa
à expansão da produção capitalista, estimulando, para tal, a acumulação
de um tipo de cultura material; instigando o consumo. São assim,
compreendidos como alimentadores da capacidade de manipulação
ideológica e também de controle "sedutor" da população.
De outro lado, o autor considera que as pessoas utilizam as mercadorias
também como forma de criarem vínculos e/ou estabelecer distinções
sociais. Em terceiro lugar, a questão do consumo configura-se
como fonte de prazer para uma população em estado de empobrecimento.
"O
objetivo de toda produção é o consumo, com os indivíduos maximizando
suas satisfações mediante a aquisição de um elenco de mercadorias
em constante expansão, esse desenvolvimento produz maiores oportunidades
de consumo manipulado e controlado. Afirma-se que a expansão da
produção capitalista, especialmente depois do impulso recebido
da gerencia cientifica e do "fordismo", necessitou da
construção de novos mercados e da "educação" de novos
públicos, consumidores por meio da publicidade e da mídia"
(FEATHERSTONE,1995:32).
A
temática do consumo assume novas proporções na contemporaneidade,
quando se convive com profundas e rápidas transformações societárias,
expressando-se nas refrações e agudização da questão social. Tais
"[...] refrações apresentam-se em consonância com as determinações
próprias da exploração capitalista de acordo com o modelo de produção
desenvolvido no período." (SERRA, 2000:171).
Felippe
(2001), ao referir-se ao consumo, considera-o "imposto e
desleal", basicamente porque não há necessidade de consumir
tais proporções e porque, a cada dia, a lei da oferta torna-se
ainda mais extensa. A indústria dos alimentos possui de certa
forma, um tipo de monopólio, uma vez que fabrica um elemento essencial
para a sobrevivência. A especificidade do ramo da indústria alimentícia
é a obrigatoriedade que todos temos de comer. Os alimentos são
bens de demanda primária, constituindo-se de mercado potencial
de consumidores. Sendo assim, as empresas vêm investindo em publicidade,
principalmente através do marketing, como formas de motivar a
população com pretextos suficientes para a aquisição de seus produtos,
em diferenciação de outros, acirrando a competitividade.
Além
de proporcionar o alcance da principal meta de uma empresa, a
elevação da lucratividade, o marketing estabelece um elo de comunicação
entre o produtor e o consumidor, aparelhando a indústria sobre
as melhores estratégias que possam atrair o cliente, como, por
exemplo, estudos sobre embalagens e cores. Gomes (2001) observou
que, no caso das crianças, a aparição de alguns personagens como
o Mickey e o Pernalonga, por exemplo, contribuem para a motivação
ao consumo de determinado produto.
"A
observação de que a maior parte dos produtos destinados às crianças
estampa personagens da indústria do entretenimento, sejam produtos
de higiene, como pastas-de-dentes ou xampus, sejam peças do vestuário,
seja o material escolar, sejam estampas de alimentos (ou mesmo
um desenho da Disney impresso em um biscoito), faz com que tenhamos
de discutir o papel destas figuras na construção de uma infância
voltada para o consumo de imagens" (p.193).
Aliás,
hoje se considera que as crianças são os maiores potenciais do
mercado, configurando-se como consumidores de todos os tipos de
produtos que se ofertar. De acordo com McNeal (2000), as crianças
estão no mercado primário, porque gastam o seu próprio dinheiro,
no mercado de influências porque vem orientando os pais na forma
de consumir o capital familiar, e constituem-se nos consumidores
do futuro.
O
autor apresenta cinco etapas do desenvolvimento do comportamento
de consumidor nas crianças, que justificam o investimento neste
público:
ETAPA |
IDADE MÉDIA |
RESUMO |
Observação |
2 meses. |
Através dos sentidos, e da influência
dos pais, a criança forma suas próprias impressões sobre
o mundo mercantil como fonte de produtos que satisfazem suas
necessidades. Neta etapa, destacam-se os produtos essencialmente
comestíveis. |
Pedido |
2 anos |
Caracterizam-se pelo desenvolvimento
da capacidade dos filhos de pedir artigos de consumo, principalmente
produtos alimentícios. |
Seleção |
3½ anos |
Tomar produtos que satisfazem suas
necessidades de uma fonte comercial através de seus próprios
esforços. |
Co-aquisição |
5½ anos |
Primeira compra (intercambio) de
um produto sem a efetiva ajuda dos pais. |
Aquisição |
8 anos |
Realiza o ato da compra completa
de maneira independente. |
McNEAL,
J. Children as consumers of commercial and social products. OPAS,
January,2000,p.17.
A
propaganda e a oferta de produtos ocorrem em diversos lugares,
contudo, a mídia desenvolve uma função primordial devido ao extenso
campo que atinge. A partir da discussão de Fischer (1996), utiliza-se
o conceito de mídia proposto por Gomes (2001), que considera que
:
Embora
o termo seja usado como substituto para os meios de comunicação,
o alcance deste campo, denominado midiático, não diz respeito
apenas aos veículos tradicionais onde são difundidas as informações
(rádio, jornais, revistas, televisão, vídeos entre outros), mas
também aos outros veículos e produtos que servem como meios de
propagaçào do imaginário e dos discursos da cultura. Ao trabalhar
com este campo, a palavra "mídia"está designando "meios
de massa", meios de comunicação social, indústria cultural,
entre outros (p.192)
Neste
sentido, confirma-se que os meios de comunicação possuem significativo
impacto na vida das pessoas. Contudo, isto não quer dizer que
a mídia é responsavel pela obesidade infantil, especificamente.
Considera-se que a "televisão não é boa nem má, ela é aquilo
em que nós, como uma sociedade, a transformamos" (STRASBURGUER,
1999:29), adaptando-se a discussão as variadas expressões da mídia.
A
sociedade pós-industrial foi definida como sendo uma sociedade
de serviços, porque une as idéias e interesses do mercado com
as aspirações e desejos dos indivíduos. (THOMPSON, 1999), o que
delineia a função esperada da mídia dentro deste contexto. Para
além, hoje o acesso do consumidor ao produto, vem pulverizando
por inteiro as ondas de consumo, fazendo do auto-serviço uma boa
estratégia, articulado pelo marketing. A sedução (2) tornou-se
processo geral que tende a regular o consumo, as organizações,
a informação, a educação e os costumes (LIPOVETSKY, 1983:17).
Esta lógica torna-se cada vez mais fortalecida na medida em as
tecnologias e o mercado puserem à disposição do público uma diversificação
cada vez mais vasta de bens e de serviços. A potencia dos self
service, caracterizam-se por multiplicarem ainda mais o leque
dos produtos expostos nos centros comerciais e hipermercados,
nos armazéns ou restaurantes especializados, servindo como facilitadores
e sucateadores dos custos de propaganda. Em verdade, a propaganda
torna-se acirrada frente à variedade de produtos, necessitando
comprovar que determinada obra atende melhor ao desejo do que
outra. Desta forma, o indivíduo que até então se considerava indiferente
às pressões da mídia, pode corresponder àquilo que Marx chamava
de alienado (3). "A alienação resultante da mecanização do
trabalho, analisada por Marx cedeu lugar, atualmente, a uma apatia
induzida pelo campo vertiginoso dos possíveis e self-service generalizado"
(LIPOVETSKY,1983:40).
De
outro lado, as demandas da população disparam nas proporções,
revitalizando a cada instante o mercado e as indústrias. Neste
sentido, observa-se o crescimento de práticas narcísicas do indivíduo
em relação ao corpo através de mil atos cotidianos, entre as quais:
angústia da idade e das rugas; obsessão em academias de ginástica
com a saúde, com a "linha", com a higiene, rituais de
controle (check-up) e de manutenção (massagens, saunas, dietas);
cultos solares e terapêuticos, cirurgias de emagrecimento, etc,
que vem sendo apresentados no mercado como fórmulas milagrosas
para a felicidade, estimulando a acirrada oferta de novos produtos.
Metodologia
de pesquisa
O
estudo aqui apresentado é parte de Tese do Doutorado em Serviço
Social na PUCRS, em andamento na fase de revisão teórica. O objetivo
é apresentar de que forma a construção social do fenômeno da Obesidade
Infantil vem sendo incitada pelo mercado de consumo, através da
mercadorizacão das necessidades básicas e sociais.
Serão
utilizados os métodos da pesquisa qualitativa, pois se considera
que possibilitam uma melhor compreensão e conhecimento das questões
que envolvem a dinâmica da criança obesa. Delimitou-se uma amostra
de 4.000 crianças, com idades entre 06 e 12 anos, matriculadas
na rede de ensino da Cidade de Porto Alegre, com o propósito de
conhecer as propagandas que despertam maior interesse no campo
alimentar, quer pelo consumo do produto, ou pela sedução das propagandas
e das embalagens.
As
informações serão submetidas às tecnicas da Análise de Conteúdo
ideológica, cujo propósito é de investigar as simbologias contidas
nestes comerciais:
A
análise das formas simbólicas pode ser conceituada mais apropriadamente
em termos de um marco referencial metodológico chamado como hermenêutica
de profundidade. Este referencial coloca em evidência o fato de
que o objeto de análise é uma construção simbólica significativa,
que exige uma interpretação; elas são ações, falas, textos que,
por serem construções significativas, podem ser compreendidas.
(THOMPSON, 2000:357)
Algumas
conclusões
Neste
momento de revisão teórica acerca da obesidade infantil e da mídia,
é possível identificar alguns indicativos da relação entre os
elementos desta pesquisa que vem se construindo. Considera-se
que, frente as emensas necessidades demanda das pela sociedade,
orientada ao consumo pela lógica do capital, faz-se necessário
esbanjar na criatividade a fim de cativar a população a decidir
entre a gama de produtos disponíveis. Neste sentido, cabe ao marketing
a capacidade de superar-se apresentando novas estratégias cada
vez mais eficazes, que chegam aos lares principalmente pela via
da televisão, especificamente pelas propagandas, ou que orienta
a decissão em frente às prateleiras dos supermercados e/ou lojas
de conveniência com atendimentos do tipo self service.
Neste
sentido, não se tem como negar que o meio utilizado vem sendo
eficiente e alcança seu objetivo à medida que é possível identificar
a liderança significativa pelo consumo de certos produtos (Almeida,
2002). Especificamente, no caso da alimentação, constata-se este
disparidade. Contudo, cabe refletir sobre a área da alimentação,
e os investimentos neste sentido, uma vez que inevitavelmente
este mercado jamais há de se esgotar, visto que todos necessitam
alimentar-nos frequentemente. Consequentemente, passamos a conviver
com dados alarmantes em saúde pública, que se referem a epidemia
da obesidade, caracterizada pelo excesso de alimentação, entre
outros.
Não
se trata de identificar vilões, nem mesmo eleger responsáveis,
mas busca-se contribuir para a reversibilidade do problema da
obesidade a partir da discussão de elementos que se fazem presentes
no dia a dia do sujeito obeso e da população que passa a encontrar
dificuldades em manter-se no peso saudável, sem riscos. Como resultado
de estudos anteriores (SANTOS, 2001) destaca-se a sedução ao consumo
(apresentada pela mídia). Especificamente, no caso das crianças,
excelentes consumidores, vêm-se verificando prejuízo pela ingesta
exagerada, que se infere estar associada, entre outros, pela sedução
pelas ofertas.
A
mídia, como sugerido pela Organização Mundial da Saúde configua-se
como elemento importante para reverter o quadro epidêmico da obesidade,
através de ações educativas e informativas à população, tarefas
próprias dos meios de comunicação. Não se pretende inverter a
roda do capital, que gira constatntemente em busca do maior lucro;
contudo, orientar o consumo no sentido da manutenção da saúde
e da qualidade de vida da população.
Notas
1)
Dissertação de Mestrado da autora na Faculdade de Serviço Social
da PUCRS.
2)
Seduzir, para Lipovetsky (1983) é " enganar, por meio do
jogo de aparências" (p. 18).
3) A alienação é inseparável das categorias de objeto, da mercadoria,
de alteridade e, portanto, do processo de reificação.
Referências bibliográficas
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e Qualidade de Produtos alimentícios anunciados na televisão brasileira.
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FEATHERSTONE, M. Cultura
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LIPOVETSKY, G. A Era do
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SERRA, R.( org.) Trabalho
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Rio de Janeiro: PETRES-FSS/UERJ, 2001.
THOMPSON, J.B. Ideologia
e Cultura Moderna. 5 ed. Petrópolis: Vozes, 2000.
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Andréia Mendes dos Santos
Psicóloga PUCRS, Mestre em Serviço Social PUCRS,
Doutoranda em Serviço Social PUCRS – Programa de
Pós-Graduação em Serviço Social/ PUCRS.
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