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O
peso social da obesidade
Flávia Maria Lacerda Felippe*
Resumo
Os
objetivos desta pesquisa estão relacionados à tentativa de conhecer
as representações sociais do hábito de comer, para indivíduos
obesos e o significado atribuído à relação entre a comida e a
manutenção de um peso saudável. O peso social da obesidade revela
que ela vem crescendo em proporções epidêmicas, favorecidas pela
sociedade contemporânea, onde se percebem intenções ideológicas
claras. Os mapas de diferentes segmentos foram construídos, mostrando
aspectos contraditórios no significado do ato de comer, para os
obesos, como o paradoxo prazer e sofrimento (compulsão, descontrole),
aparecem os fatores sociais (discriminação, pressão, preconceito,
culto ao corpo), aparecem como aspectos que permeiam essa relação
ambivalente.
Palavras-chave:
obesidade, teoria das representações sociais, ideologia.
Abstract
- The Social Weight of Obesity
The
objective of this article is to lay out what social representations
have over obese individuals eating habits, also to get to
know the meaning of different factors related to eating and healthy
body weight upkeep.The Social Weight of Obesity reveals
that this disorder is spreading at epidemic proportions and is
actually favored by our modern day society, for it is clearly
perceived, that there are certain ideological interests behind
such approval. Maps from each segment were put together, disclosing
contradictory aspects of the significance behind obese individuals
eating related links, such as ones associated with pleasure. Then
there are those associated with pain or suffering: compulsion,
non-control. Also laid out, are the social factors: discrimination,
pressure, prejudice, body worship.
Key
Words: obesity, theory of social representations, ideology.
Introdução
A
presente pesquisa, fruto da tese de doutorado, enfoca a questão
social da obesidade, reconhecida como importante problema de saúde
pública contemporâneo. Ao sofrimento que resulta do a recaída,
somam-se sentimentos de frustração, diminuição da auto-estima,
impotência ou incapacidade; enfim, aspectos que determinam vulnerabilidade,
fragilidade, o que despotencializa os sujeitos em suas várias
dimensões sociais.
A
obesidade, enquanto estigmatizadora, produz discriminação, preconceito
e exclusão social. Ouvir esses sujeitos é abrir uma escuta ao
que está sendo dito e sentido, para possibilitar a ruptura de
uma situação dada, que pode ser transformada no momento em que
é discutida, socializada, polemizada e politizada. A partir da
construção de um mapa dos significados atribuídos por esses sujeitos,
cremos poder identificar as possíveis representações sociais sobre
o comer para indivíduos obesos e, desta forma, iluminar o tema
através desse referencial teórico, traduzindo-se em uma análise
e interpretação do porquê as pessoas agem, pensam e sentem desse
jeito.
A
Teoria das Representações Sociais é aqui utilizada para iluminar
o entendimento do significado e das determinações do comer no
mundo atual. Entendida como sendo "uma forma de conhecimento,
socialmente elaborada e partilhada, que tem um objetivo prático
e concorre para a construção de uma realidade comum a um conjunto
social" (Jodelet, 1999:36). Para ela, a Representação Social
é uma forma de saber prático que liga um sujeito a um objeto,
que pode ser de natureza social, material ou ideal. A representação
encontra-se em uma relação de simbolização e de interpretação
e ainda como foco de um conjunto de crenças sobre seu significado
social e psicológico. As RS provêm de "um corpo de conhecimentos
produzidos espontaneamente pelos membros de um grupo e fundado
na tradição e no consenso" (Moscovici, 1984:543). É um importante
instrumento de investigação e de intervenção na área da saúde
e no âmbito psicossocial. As Representações Sociais (RS) determinam
e constróem conhecimentos sociais que situam o indivíduo no mundo
e, situando-o, definem sua identidade social e seu modo de ser
no mundo Essa teoria procura dar conta de um fenômeno, sobretudo
urbano, pelo qual o homem manifesta sua capacidade de apropriar-se
de conceitos e afirmações, originados no dia-a-dia, durante contatos
sociais a respeito de qualquer objeto social ou natural, para
interagir com pessoas e grupos, o qual chama de "arte
da conversação", Moscovici (1984). A análise do contexto
sócio-histórico remete-nos à compreensão do cotidiano gerador
de ansiedades, estresses e doenças sociais; também é avaliado
o papel da mídia e da indústria do comer e do consumo. Indústria
e mídia que oferecem e vendem tanto produtos que engordam quanto
produtos e serviços para o emagrecimento, uma vez que ditam o
padrão de beleza a ser seguido, produzindo o que Champagne chama
de mal-estares "sofrem inevitavelmente um certo número de
deformações a partir do momento em que são tratados pela mídia"
(1998:63). Assim o encontro da RS com a ideologia tornou-se inevitável.
Para Thompson ideologia é o uso das formas simbólicas para criar
ou manter relações de dominação (1999:52-67).
Nosso
enfoque atenta para outras questões que perpassam o universo do
comer e da comida, de outros domínios como o cultural, o simbólico
e o social, que representam a expressão de relações sociais. Expressam,
de fato, condições concretas de vida, produzindo, portanto, ambivalências
entendidas como representações das contradições que convivem nesse
contexto social.
Objetivo
A
obesidade é considerada como fator de risco para a qualidade de
vida dos indivíduos, assim esse estudo visa conhecer as representações
sociais sobre o comer para indivíduos obesos, o significado atribuído
à relação com o comer e com a manutenção de um peso saudável.
A análise dos significados do comer para os indivíduos leva a
contextualização do problema mostrando a obesidade como problema
social.
Metodologia
Quanto
à metodologia de pesquisa aplicada ao trabalho, elegemos a do
estudo qualitativo, pois não podíamos prescindir do significado
e das representações que os sujeitos atribuem ao tema. Assim,
numa primeira etapa, realizamos uma análise dos meios de comunicação
de massa, para verificarmos como vem sendo tratado o assunto emagrecimento.
Numa segunda etapa, constituindo a pesquisa propriamente dita,
ouvimos as pessoas que sofrem com o problema, Bourdieu (1997:701)
fala da difícil tarefa de escutar aquilo que nós mesmos estigmatizamos
ou desconsideramos. Para isso, utilizamos, como principal instrumento
de coleta de informações, o grupo focal, considerado como uma
ferramenta utilizada para apreender as interações sobre determinado
tópico de interesse do pesquisador.
Guareschi
(1997) aponta, justamente, que a grande vantagem dos grupos focais
é que eles oferecem oportunidade de verificar uma interação sobre
determinado tópico, num período limitado de tempo, sendo apropriado
para temas referentes a atitudes e opiniões.
Os
sujeitos foram selecionados a partir de três grupos distintos,
totalizando uma amostra de 50 participantes divididos em oito
grupos focais. Inicialmente, elegemos o segmento dos pacientes
obesos em tratamento, por representarem um grupo que se mostra
preocupado, quando não sofrendo, com a situação do peso. O segmento
central está representado nos grupos focais de ex-pacientes do
tratamento da obesidade. Por fim, os grupos focais com pessoas
de classe popular, diferentes dos demais, foram escolhidos, com
a preocupação de checar se essa realidade está restrita a determinada
classe social, ou se encontra-se instalada nas diferentes classes.
Após
concluída a coleta de dados nos diversos grupos focais dos diferentes
segmentos, iniciamos o processo de escuta, transcrição do material,
leitura e releitura das informações. A partir das falas dos diferentes
segmentos, passamos a identificar as diferentes unidades de significado
e, posteriormente, a aglutiná-las em categorias. Assim, os três
passos que guiaram o processo de análise e interpretação foram:
(a) seleção e escolha das unidades de significado; (b) eleição
das categorias, através da semântica; (c) construção do eixo temático,
fundamentando teoricamente essa compreensão.
O
referencial empregado para análise das informações foi baseado
no método de análise das representações sociais, que se insere
na tradição hermenêutica de pesquisa (Thompson, 1995) e foi desenvolvido
em associação com os objetivos teóricos norteados por pressupostos
epistemológicos, sugeridos por Spink em 1995 (o mapeamento).
Análise
das informações
Com
o objetivo de realizar uma análise de conteúdo e direcioná-la
ao nosso tema de interesse, que se encontra na ordem do dia e
no cotidiano de quem dele sofre, procuramos montar uma discussão
a respeito dos significados do comer engendrados pela mídia e,
pode-se arriscar dizer, existentes nas mentes de grande parte
da população.
Da
amostra selecionada nos meios de comunicação de massa, podem-se
elencar unidades de significado que despertaram nossa atenção
e compuseram nossa análise. Sendo unidades que expressam um sentido,
foram selecionadas as mais representativas e importantes em sua
intensidade e freqüência, e também as referentes ao contexto estudado.
Apresentamos
as categorias por nós destacadas e que abrangem o conteúdo dos
textos da amostra de artigos analisados. Através da análise das
matérias de um periódico, do período entre janeiro a novembro
de 1999, e de alguns números de revistas, podemos observar o posicionamento
de parte significativa da mídia frente à questão da obesidade.
Através
de sua codificação e categorização, procedemos à atividade reinterpretativa,
nesse campo simbólico já préinterpretado por quem o escreveu,
redigiu e publicou. No manejo de 34 artigos, destacamos, ao todo,
114 unidades de significado. A partir daí, elegemos 4 categorias
que condensam os principais elementos de conteúdo simbólico tratados
no texto. As categorias criadas foram: saúde, emagrecimento, fatores
sociais e pressão psicológica:

Numa
análise inicial, observamos que os meios de comunicação de massa
bombardeiam as pessoas com imagens que associam a felicidade à
figura esbelta. Na propaganda dos serviços e produtos para emagrecer,
levanta-se a preocupação com as conseqüências da obesidade, indicando-se
aos indivíduos que compete a eles tomar providências.
A
categoria emagrecimento, por exemplo, carregada de significados,
apresenta termos mobilizadores de sentido como drogamania, best-sellers
dos medicamentos, ou melhora do corpo e do espírito, com objetivo
de seduzir o consumidor certo desses produtos, quando sabemos
da urgência e da desesperança do obeso, que já tentou e fracassou
em diferentes tentativas.
Longe
de ajudar os excluídos, a mídia pode contribuir para a alienação
e a para a estigmatização. A mídia carrega um poder de influência
tanto no receptor como no poder político, que necessariamente
providencia resoluções ou encaminhamentos em resposta às denúncias
mediáticas. Forma-se, a partir daí e através da visão mediática,
a opinião pública.
Do
discurso dos três segmentos de sujeitos pesquisados, isto é, das
unidades de significado emergiram, inicialmente, duas categorias
relacionadas entre si, que foram por nós denominadas prazer e
sofrimento. Uma das representações fortemente presente nos discursos
dos obesos é a que apresenta uma nítida divisão entre prazer e
desprazer, entre desfrute e pecado. Essa dicotomia manifesta-se
em um acentuado antagonismo entre os pólos: do "prazer",
representação de um conjunto de valores associados a um modelo
definitivo de comportamento moral, valorativo e cultural; do "sofrimento",
com valores e expressões de comportamento que penalizam, responsabilizam
e castigam. Tal eixo desdobra-se, entrecruza-se e interage dialeticamente
com outras categorias, tais como estresses, discriminação, preconceito,
isolamento social, vida familiar e profissional, que denominamos
"fatores sociais". A partir desse material, construímos
um mapa-síntese.

Percebe-se,
de imediato, no quadro geral, uma marcante contradição: comer
é muito bom e muito ruim, ou seja, há prazer e sofrimento.
Ao mesmo tempo, aqui aparecem os fatores sociais intermediando
e influenciando tais significados.
Quando
prazer e sofrimento se apresentam nos diferentes segmentos analisados,
denotam uma contradição. A contradição é uma categoria mais do
que explicativa, mas impulsionadora do real. Implica em superação
de si, por isso ela compreende a sociedade e se estende a toda
atividade humana.
O
que pudemos observar, no transcurso desse trabalho, é que todas
as categorias analisadas congregam a representação social da obesidade
e do sentido do comer dentro de um saber do senso comum.
O
que marca o enunciado dos diferentes segmentos investigados é,
mais do que o prazer, mas, principalmente, a dor e o sofrimento
por esse peso social. Peso que está sendo carregado por culpa
e por responsabilidade, desconsiderado o estímulo a que respondem
com seu funcionamento aditivo.
Consideramos
que essa forma de registrar a representação social da obesidade
serve para criar ou reproduzir relações de dominação, porque ela
individualiza a questão, caracterizando-a como de exclusiva responsabilidade
do indivíduo. Assim, o que vem representando esse aumento populacional
pode ser interpretado da seguinte maneira: a representação social
do comer parece centrar-se na individualização e na culpabilização
dos obesos, independente das causas genéticas, emocionais e, muito
menos, sociais.
Os
sujeitos investigados atestam que a manutenção do peso emagrecido
é possível e, embora carreguem a culpa e a responsabilidade como
suas, estão conseguindo ter a crítica e o posicionamento de parar
com o doloroso reengorde (iô-iô).
A
Contribuição do Serviço Social à Obesidade
O
peso da obesidade é social, pois carrega significados da ordem
dos significados, das representações, de questões políticas e
econômicas que extrapolam o peso corporal físico e individual.
O entendimento da dimensão social da obesidade pressupõe a compreensão
dos fatores a ela relacionados.
Sendo
social, demanda um olhar coletivo e político, pois envolvem valores
e ética no sentido da relação entre os homens. Se neste momento
estamos assistindo ao crescimento de uma epidemia da obesidade,
isto tem relação com cada um e com todos nós. Se ouvirmos a descrição
da dor e do sofrimento, isto solicita nossa intervenção. No caso
do serviço social, em que o espaço privilegiado da intervenção
profissional é o cotidiano, é nele que se revelam os espaços de
para satisfazer as demandas emergentes e as exigências imediatas
(Baptista, 1995). A atenção às contradições do cotidiano possibilitam
"romper com antigas amarras, de investir no impulso inaugural
do novo" (Martinelli, 1995:146).
O
peso social refere-se à obesidade como problema de saúde pública
e como política social, necessitando cuidados e esforços com a
promoção de saúde primária e preventiva. Então a ideologia da
magreza estará sendo descoberta e modificada pela comunidade científica,
pela mídia, pela tradição popular e pela ação governamental.
Ao
Estado enquanto gestor de políticas caberá não só alerta social
mas também a efetiva proteção de seus cidadãos. Dessa maneira,
as repercussões começam a acontecer na escola, na família, na
vida social, no trabalho. O papel do serviço social passa, então,
pelo encaminhamento de propostas quanto à proteção dos indivíduos.
Sposati
(1997) propõe agrupar as políticas sociais para assegurar direitos
sociais: políticas de proteção social e políticas de desenvolvimento
social (Sposati, 1997:28). As políticas de proteção garantem a
cobertura de vulnerabilidade, a redução de riscos sociais e defendem
um padrão básico de vida, tornando-se nesse sentido, um investimento
da sociedade na qualidade dos seus cidadãos ou no padrão de socialização
da vida em comum, considerando que o risco é social e não individual.
Nesse sentido, o processo de trabalho do assistente social, na
contemporaneidade é o local e o quase o templo da ideologia.
Os
preconceitos, as submissões mostram que é nas relações cotidianas
que se encontram as relações de poder e de saberes. Portanto,
são esses espaços que precisam ser trabalhados ao alcance da consciência
coletiva como mediação de processo de autoconhecimento e autodesenvolvimento,
enquanto dominado no contexto da exploração capitalista. "As
discriminações são formas de exercício de poderes para excluir
pessoas do acesso a certos benefícios ou vantagens ou do próprio
convívio social da maioria através da rotulação dos ou etiquetagem
de estereótipos socialmente fabricados. Esses rótulos perpassam
as relações cotidianas de dominação produzindo a identificação
social das pessoas" (Faleiros, 1995:124).
Na
construção da identidade social do dominado, pressupõe-se o enfrentamento
do dominante, que se constitui na articulação de sua hegemonia
através da manifestação de si mesmo como superior, pelo convencimento,
pela coerção, pelo marketing, pelo uso do simbólico. O intelectual
que trabalha a mediação da representação articulada à reprodução
é o assistente social. É uma de suas tarefas desafiar e retraduzir
a representação do dominado na visibilidade do dominante. Parece
que somos um dos profissionais a chegar mais perto das lutas pelas
desigualdades sociais.
Conclusões
O
objeto de estudo "O peso social da obesidade" revelou
que essa doença genética e emocional agrega conteúdos sociais
que favorecem e asseguram a sua manutenção. Segundo os resultados
que emergiram da análise da mídia e das falas dos sujeitos pesquisados,
o nosso cotidiano vem-se constituindo de valores e crenças, nesse
momento social, que favorecem a obesidade. A repercussão desses
fatores acarreta não somente a redução da qualidade de vida das
pessoas, como também o enfraquecimento de sua determinação, segurança,
auto-estima, gerando efetivamente discriminação e exclusão para
os sujeitos em suas relações sociais, familiares e profissionais.
O
peso social da obesidade é político e econômico e, portanto, social.
Peso social pois diz respeito à relação entre as pessoas, envolve
estigmas, discriminação, preconceito, na produção e reprodução
dos indivíduos. O social a que nos referimos envolve a rede de
relações do indivíduo em relação ao mundo e aos outros, relações
de trabalho, familiares, comunitárias, estende-se a prazeres e
lazeres.
A
questão da ideologia é destacada, nesse momento, como geradora
e mantenedora da obesidade, pois fragiliza e garante a desigualdade.
Apontamos a ideologia e os meios de comunicação social como instrumentos
de garantia dessa ordem. A ruptura com o padrão imposto poderá
acontecer se os indivíduos obesos e a sociedade em geral estiverem
atentos a essas representações. Verificamos estarrecidos que os
indivíduos estão ou comprando ou comendo, numa necessidade compulsiva
de obtenção, seja do que for, sinalizando uma forma de viver ou
uma garantia de felicidade.
As
representações sociais constituem um saber prático a respeito
de problemáticas interpessoais e auxiliam na elaboração coletiva
que depende da sociedade, de sistemas de poder e de ideologia,
e não do fenômeno individualizado, particularizado. A questão
é tornada social e não individual.
Frente
à problemática apresentada, propomos uma atenção integral centrada
no modelo de desenvolvimento humano com ênfase no autocuidado
individual e coletivo, no sentido de que se propicie a transformação
e o melhoramento físico, afetivo, social e cultural dos obesos,
com o fim de possibilitar uma melhora da qualidade de vida.
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Flávia Maria Lacerda
Felippe
Prof. Dra. da Pontifícia Universidade Católica
do Rio Grande do Sul – PUCRS e Diretora do LEVE Com ciência
Serviço de Reeducação alimentar.
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